terça-feira, 15 de dezembro de 2009



Áreas: Os Seres Vivos

Objetivo Geral:

Sensibilizar e conscientizar as crianças de que a vida depende do ambiente e o ambiente depende de cada cidadão deste planeta.

Objetivos Específicos:

 Despertar o interesse das crianças para o cultivo de horta e conhecimento do processo de germinação;

 Dar oportunidade aos alunos de aprender a cultivar plantas utilizadas como alimentos;

 Conscientizar da importância de estar saboreando um alimento saudável e nutritivo;

 Degustação do alimento semeado, cultivado e colhido;

 Criar, na escola, uma área verde produtiva pela qual, todos se sintam responsáveis;

 Estimular os alunos a construírem seu próprio conhecimento no contexto interdisciplinar;

 Contextualizar os conteúdos aos problemas da vida urbana;

 Construir a noção de que o equilíbrio do ambiente é fundamental para a sustentação da vida em nosso planeta.

Justificativa:

Um número crescente de educadores tem refletido e muitas vezes buscado cumprir o importante papel de desenvolver o comprometimento das crianças com o cuidado do ambiente escolar: cuidado do espaço externo e interno da sala ou da escola, cuidado das relações humanas que traduzem respeito e carinho consigo mesmo, com o outro e com o mundo. A reflexão sobre o ambiente que nos cerca e o repensar de responsabilidades e atitudes de cada um de nós, gera processos educativos ricos, contextualizados, significativos para cada um dos grupos envolvidos. Neste contexto, o cultivo de hortas escolares pode ser um valioso instrumento educativo.

O contato com a terra no preparo dos canteiros e a descoberta de inúmeras formas de vida que ali existem e convivem, o encanto com as sementes que brotam como mágica, a prática diária do cuidado – regar, transplantar, tirar matinhos, espantar formigas com o uso da borra de café ou plantio de coentro, o exercício da paciência e perseverança até que a natureza nos brinde com a transformação de pequenas sementes em verduras e legumes viçosos e coloridos. Estas vivências podem transformar pequenos espaços da escola em cantos de muito encanto e aprendizado para todas as idades.

Hortas escolares são instrumentos que, dependendo do encaminhamento dado pelo educador, podem abordar diferentes conteúdos curriculares de forma significativa e contextualizada e promover vivências que resgatam valores.

Sendo, do professor Moacir Gadotti : “Um pequeno jardim, uma horta, um pedaço de terra, é um microcosmos de todo o mundo natural. Nele encontramos formas de vida, recursos de vida, processos de vida. A partir dele podemos reconceitualizar nosso currículo escolar. Ao construí-lo e cultivá-lo podemos aprender muitas coisas. As crianças o encaram como fonte de tantos mistérios! Ele nos ensina os valores da emocionalidade com a Terra: a vida, a morte, a sobrevivência, os valores da paciência, da perseverança, da criatividade, da adaptação, da transformação, da renovação”.

Orientações didáticas (metodologia)

O planejamento do projeto deve ser feito de modo que os alunos acompanhem todas as etapas do cultivo, participando diretamente de cada uma delas. A cada semestre, pode ser escolhida uma verdura para ser cultivada. Mas, antes que os alunos comecem a ter contato com a terra e as sementes, é importante que o professor procure envolvê-los em uma atividade lúdica que desencadeie a questão do cultivo.

As crianças envolvidas no projeto poderão realizar pesquisas sobre:

 O solo, o clima e os alimentos;

 Os alimentos e o seu valor nutricional;

 A importância do solo na reprodução de alimentos;

 Os cuidados com a preparação do solo;

 Alimentos e seu valor nutricional;

 Receitas pesquisadas junto a familiares e outras pessoas da comunidade que contenham os alimentos cultivados na horta;

 Atividades relacionadas ao conteúdo programático.

 O cultivo de plantas, algumas hortaliças e plantas frutíferas podem ser cultivadas em vasos na sala ou do cultivo de uma horta no espaço externo da instituição;

 No caso de haver possibilidade de se manter pequenos animais e plantas no espaço da sala, as atividades de observação, registro etc., podem integrar a rotina diária.

 Cabe ao professor planejar os momentos de visita e de cuidados, integrando-os na rotina como atividades permanentes.

1ªetapa

Pergunte quem conhece uma horta. Para que serve? Conte que os vegetais e legumes são seres vivos. Por isso, precisam de cuidados, como sol e água.

2ªetapa

Que ingredientes são usados em uma salada ou sopa? Registre as respostas – delas podem surgir boas idéias para receitas. Leve as crianças ao refeitório e mostre alguns vegetais. Alerte para a importância de lavar bem as mãos antes de tocar na comida.

3ªetapa

Aqui a horta começa realmente. Faça uma placa com o nome da criança, a data e uma foto da planta de que ela vai cuidar. Proteja o papel com plástico para não molhá-lo quando a horta for regada. Depois cole as fichas em palitos de churrasco e entregue-as à turma. Num canto ensolarado, proponha às crianças que revolvam a terra com pazinhas. Cada uma deve fazer um pequeno buraco, transplantar sua muda ou semente, apertar a terra em volta e molhá-la. Fotografe para que todos comparem essa etapa com as outras.

4ªetapa

A horta precisa de cuidados diários: água (fora dos horários de sol a forte) e observação para detectar pragas. O que acontece se as plantas não receberem água ou luz suficiente? Use duas plantas extras: uma ficará sem ser regada. A outra, coberta por uma caixa. Estimule as crianças a entender por que vão murchar.

5ªetapa

Separe as fotos com o passo-a-passo da horta e peça que as crianças coloquem em ordem, avaliando o crescimento das plantas.

6ªetapa

Hora da colheita. Na cozinha, as crianças podem lavar as plantas.

Recursos humanos e materiais

Garrafa PET vazia, terra, adubo, areia, sementes; água, estilete, tesoura, pá e rastelo.

Referencial bibliográfico

Referencial Curricular Nacional para a Educação Infantil: Ministério da Educação e Desporto. Secretária de Educação fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1998.

segunda-feira, 14 de dezembro de 2009

O AMBIENTE DA CRIANÇA

É delicada a fase dos primeiros anos na história de cada pessoa. Guiar os primeiros passos de um bebê, aproveitar toda a energia de uma criança e ajudar a construir seu caráter são necessidades fundamentais na infância. Nesta fase da vida, brincar, viver e aprender são as mesmas coisas.
E para que este crescer seja constante, o ambiente deve trabalhar todos os sentidos e ajudar na formação da personalidade. No início do processo de aprendizagem, o mais importante é incentivar o gosto pelas descobertas. É essencial é que a criança aprenda a conhecer, a fazer, a ser e a viver.Trabalhar diferentes tipos de linguagem: corporal, visual, oral e escrita é essencial, ao  mesmo tempo, as crianças são estimuladas a raciocinar, construir relações e socializar-se, inciando seu ciclo de pessoa completa e preparada para a vida.

Organização do Espaço e do Tempo

Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil - , nos fala que “compreender, conhecer e reconhecer o jeito particular das crianças serem e estarem no mundo é o grande desafio da educação infantil e de seus profissionais".
Dessa forma, o profissional que trabalha com essa faixa etária deve ter ciência dos pilares da Educação Infantil - cuidar, educar e brincar – para que possa acompanhar as crianças e utilizar de estratégias que favoreçam o seu desenvolvimento integral como preconiza a Lei 9394/96 em seu artigo 29: “ A Educação Infantil, ..., tem por finalidade o desenvolvimento integral da criança até seis anos de idade, em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade.”
O texto legal reconhece a Educação Infantil como a primeira etapa da Educação Básica. A legislação que trata dessa modalidade de ensino deixa claro que o tempo e o espaço são fatores determinantes de aprendizagem e devem ser articulados de forma a propiciar condições educativas e estimuladoras das capacidades e potencialidades infantis.
É ponto pacífico que a organização do espaço físico, a maneira como os materiais estão dispostos e organizados, tem influência direta no processo de ensino e de aprendizagem. Sabe-se, também, que a organização espacial é um dos aspectos que favorece ou dificulta as interações, uma vez que influencia o modo de pensar ou de se comportar, principalmente em instituições de educação infantil. Para tanto, os ambientes devem ser organizados de modo que favoreçam diversas possibilidades, dando oportunidade à criança para explorar, descobrir, agir, selecionar objetos e áreas para a realização de atividades em um espaço que é parte integral de uma ação pedagógica intencional.

PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DO ESPAÇO RECOMENDAÇÕES E RECURSOS MATERIAIS

ÁREAS INTERNAS - Ambientes de caráter lúdicos, atrativos e seguros; Adequação às características de crianças com necessidades especiais; Mobiliário adequado; Canto da leitura; Canto dos brinquedos; Canto dos jogos; Espelhos.

ÁREAS EXTERNAS - Pátios abertos e áreas sombreadas; Espaços livres cobertos para realização de atividades em dias de chuva; Parque colorido de madeira ou plástico resistente e seguro; Pneus de diversos tamanhos pintados comas cores primárias; Caixa de areia; Casinha; Plantas diversas.

ASPECTOS INFANTIS DESENVOLVIDOS - Desenvolvimento sócio-emocional; Desenvolvimento físico-motor; Capacidade de estimular a construção do conhecimento; Estímulo à preservação do meio ambiente.

PROPOSTA DE ORGANIZAÇÃO DO TEMPO MODALIDADE SUGESTÕES ATIVIDADE PERMANENTE
• Brincadeiras no espaço interno e externo; • Roda de conversas; • Contação de histórias; • Desenho, pintura, modelagem e música; • Atividades diversificadas; • Cuidados com o corpo; • Rotina pertinente ao grupo, envolvendo situações de aprendizagem, cuidados e brincadeiras.

SEQUÊNCIA DE ATIVIDADESAtividades seqüenciadas com intenção de oferecer desafios com graus diferentes de complexidade; • Várias etapas de trabalho para ajudar a criança a reelaborar e enriquecer seus conhecimentos prévios; • Atividades de representação a partir de observações e de interferências previamente planejadas pelo educador.

ASPECTOS INFANTIS DESENVOLVIDOS • Desenvolvimento da percepção, organização e orientação temporal; • Segurança e previsão dos acontecimentos e sequências de trabalhos; • Desenvolvimento sócio-afetivo; • Desenvolvimento da identidade e da autonomia, através de linguagens múltiplas; • Desenvolvimento de aprendizagens em diversos níveis de complexidade; • Ampliação de idéias sobre um assunto específico; • Desenvolvimento do espírito investigativo.


"SEM A CURIOSIDADE
QUE ME MOVE,
QUE ME INQUIETA,
QUE ME INSERE NA BUSCA,
NÃO APRENDO E NEM ENSINO".

PAULO FREIRE

Qualidade em Educação Infantil

O autêntico desafio da Educação Infantil no final do nosso século é o desafio da qualidade. Ao longo deste importante livro, organizado por Miguel A. Zabalza, os diferentes especialistas abordam os aspectos fundamentais de uma Educação Infantil de qualidade, chegando a traçar as características concretas que uma escola infantil do presente e do futuro precisa ter: desde a cultura da infância, os valores e crenças, até a programação de aula e a organização dos espaços e tempos, tudo isso avalizado pela descrição de experiências e realizações de centros de ensino modelos, como as Escolas Infantis Municipais de Módena ou o currículo High/Scope contextualizado no Projeto Infância de Portugal, sem esquecer a formação do corpo docente, ponto-chave da qualidade.

A educação infantil

A Educação Infantil no Brasil funciona em creches, pré-escolas, centros ou núcleos de Educação Infantil como também em salas anexas a escolas de Ensino Fundamental que atendem crianças de 0 até 6 anos de idade. Todas as instituições de Educação Infantil localizadas em um município, sejam públicas ou privadas, compõem, juntamente com as instituições de Ensino Fundamental e Médio, mantidas pelo poder público, e os órgãos de educação, o sistema de ensino correspondente (municipal ou estadual).
As instituições de Educação Infantil destinam-se às crianças, brasileiras e estrangeiras, sem distinção de gênero, cor, etnia, proveniência social, credo político ou religioso, com ou sem necessidades especiais. Cabe às gestoras e aos gestores das instituições de Educação Infantil permitirem a matrícula ao longo de todo o ano letivo, sempre que houver vaga disponível. Entretanto, matricular ou não uma criança de 0 até 6 anos na instituição de Educação Infantil é um ato de livre vontade das mães e dos pais e/ou responsáveis pelas crianças.

A Educação Infantil “tem como finalidade o desenvolvimento integral da criança até 6 anos de idade em seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade” (art. 29 da LDB).
A Política Nacional de Educação Infantil parte dessa finalidade para estabelecer como uma de suas diretrizes a indissociabilidade entre o cuidado e a educação no atendimento às crianças da Educação Infantil (BRASIL, 2005a).
Os professores e os demais profissionais que atuam nessas instituições devem, portanto, valorizar igualmente atividades de alimentação, leitura de histórias, troca de fraldas, desenho, música, banho, jogos coletivos, brincadeiras, sono, descanso, entre outras tantas propostas realizadas cotidianamente com as crianças.

Os profissionais que atuam diretamente com as crianças nas instituições de Educação Infantil são professoras e professores de Educação Infantil, portanto necessitam:
Garantir o bem-estar, assegurar o crescimento e promover o desenvolvimento e a aprendizagem das crianças da Educação Infantil sob sua responsabilidade, as professoras e os professores de Educação Infantil:
Asseguram que bebês e crianças sejam atendidos em suas necessidades de saúde: nutrição, higiene, descanso e movimentação;
|Asseguram que bebês e crianças sejam atendidos em suas necessidades de proteção, dedicando atenção especial a elas durante o período de acolhimento inicial (“adaptação”) e em momentos peculiares de sua vida;
Encaminham a seus superiores, e estes aos serviços específicos, os casos de crianças vítimas de violência ou maus-tratos; Possibilitam que bebês e crianças possam exercer a autonomia permitida por seu estágio de desenvolvimento;
Auxiliam bebês e crianças nas atividades que não podem realizar sozinhos; Alternam brincadeiras de livre escolha das crianças com aquelas propostas por elas ou eles, bem como intercalam momentos mais agitados com outros mais calmos, atividades ao ar livre com as desenvolvidas em salas e as desenvolvidas individualmente com as realizadas em grupos; Garantem as condições de trabalho necessárias ao desempenho de suas funções: tempo, espaço, equipamentos e materiais.
Participam de programas de formação regular e continuada promovida pelos sistemas de ensino ou pelas instituições nas quais trabalham.
Disponibilizam entre si informações relevantes para a realização de suas funções.
Garantem oportunidades iguais a meninos e meninas, sem discriminação de etnia, opção religiosa ou das crianças com necessidades educacionais especiais;
Valorizam atitudes de cooperação, tolerância recíproca e respeito à diversidade e orientam contra discriminação de gênero, etnia, opção religiosa ou às crianças com necessidades educacionais especiais, permitindo às crianças aprender a viver em coletividade, compartilhando e competindo saudavelmente.

"Grande é a poesia, a bondade e as
danças. Mas o melhor do mundo
são as crianças."
Fernando Pessoa